"The brain doesn’t just process information that
comes though the eyes. It also creates mental visual images that allow us
to reason and plan actions that facilitate survival."
"Infographics and visualization
exist on a continuum"
(Cairo, 2013)
Para a elaboração da infografia jornalística foi necessário um processo inicial de investigação e recolha de dados, como foi explicado anteriormente - ver Proposta #3 : Enquadramento Teórico -, bem como de perceção dos elementos que uma infografia deve conter e como se devem articular para que esta seja clara, sucinta e correta, dado que vários elementos "(...) que não são considerados infográficos quando apresentados isoladamente, podem ser organizados para formar uma infografia."(Ipolito, Danilo; 2010 : 4)
Posteriormente, procedeu-se com a sua construção fazendo recurso a diversos elementos infográficos, "(...)com a função de
promover um bom entendimento da informação a ser representada"(Campos et al., 2013 : 3):
- Uma timeline para identificar temporalmente cada um dos processos eleitorais analisados, assim como qual o candidato principal de cada partido que ganhou a presidência; mais à frente é apresentado algo de semelhante a uma timeline, traduzindo o mesmo, mas par cada Swing-State de 2016;
- Gráficos: de barras, que surgem primeiramente anexados à timeline, demonstrando em percentagem e em número os estados que apoiaram cada partido; e circular, intitulado de Os 18 "Fiéis", apresentando também em percentagem e número os estados que ao longo dos anos elegeram sempre o mesmo partido. "Desse modo, o dado apresentado por aquele gráfico no sistema estimulará o interesse do leitor sobre a informação repassada, permitindo uma melhor compreensão"(Campos et al., 2013 : 7);
- Mapas, essenciais para a consciencialização do leitor: da dimensão que ambos os partidos atingiam dentro do país através de cada estado, tendo sido utilizado o vermelho para representar os estados que elegeram o partido republicano e o azul para o partido democrata; da evolução da ideologia política no mapa dos EUA ao longo do tempo;
- Elementos textuais, tais como: o título "Eleições E.U.A. 2016", que identifica o tema; o subtítulo "Uma comparação histórica", que identifica o processo utilizado para a concretização da abordagem tomada; o lead, que explica a abordagem e o que trata a infografia; texto organizado sucintamente para uma melhor compreensão das conclusões retiradas da análise comparativa, para revelar dados estatísticos (Swing-States), para fazer uma conclusão e para servir de articulador entre as duas partes da infografia: a análise comparativa histórica e a aplicação das conclusões na atualidade.
Estão também presentes imagens, símbolos, na infografia, que "(...)aparecem presentes como elementos
indicadores ou de identificação que irão colaborar com o repasse da informação abordada em
determinado contexto"(Campos et al., 2013 : 8). Algumas como elementos decorativos alusivos aos Estados Unidos e os seus principais partidos políticos (Casa Branca, "burro democrata" e "elefante republicano") e outras apenas para o leitor poder visualizar quem é que está a ser falado (fotografias dos presidentes e de Donald Trump) e o ponto de interrogação no fim para representar o candidato democrata às eleições gerais para a presidência.
As cores maioritariamente utilizadas são o vermelho e o azul (representantes dos partidos republicano e democrata, respetivamente), que com o branco prefazem as cores da bandeira dos EUA. Todo o texto encontra-se a preto, exceto em alguns casos, para não confundir nem desviar a atenção do leitor, mantendo a seriedade e referência que uma infografia jornalística deve ter. Casos em que a letra varia de cor são no lead, em que as palavras "Republicano" e "Democrata" se encontram, respetivamente, a vermelho e a azul (cores representantes dos partidos) ou mais tarde, a branco, para que o que está escrito seja percetível, pois o texto, neste caso, apresenta um fundo cinzento, ou azul, ou vermelho.
A timeline e outros elementos apresentam um tom cinza ou cinza escuro, dado serem cores neutras, o que faz com que o leitor não se desvie da informação que é mais importante. Também foi feito recurso a esta cor para delimitar a secção em que são apresentados os Swing-States, para que seja percetível para o leitor a passagem para uma segunda parte da análise de dados na infografia.
O tipo de fonte da letra predominantemente utilizado é o Book Antiqua, um tipo de letra que poderia ser utilizado como fonte para os textos de um jornal, algo com uma certa classe, sobriedade e rigor. Uma exceção foi o recurso ao tipo de letra BebasNeueRegular* para os nomes de cada estado, dado ser um tipo de letra mais genérico e simples, tornando percetível a leitura no mapa.
Em conclusão, a infografia realizada parece abranger todos os parâmetros essenciais, comunicando "(...) a informação de modo visual, e não apenas textual."(Ipolito, Danilo; 2010 : 4) de forma clara e eficiente, explorando e expondo a abordagem tomada detalhadamente, de modo a propor ao leitor que dê a sua resposta a uma questão deixada em aberto quanto ao resultado das eleições primárias e talvez de todo o processo eleitoral que está agora a decorrer - "O que se irá suceder?"
Referâncias Bibliográficas:
Bueno Ipolito, Danilo, "Proposta de Inclusão da disciplina de Infografia no currículo de Jornalismo, 2010, São Paulo
Campos, Bruno; Braviano, Gilson, "Componentes de um Infográfico: Mapas Mentais, Gráficos e Símbolos",2013 in http://wright.ava.ufsc.br/~alice/conahpa/anais/2013/assets/componentes_inforgrafico_bruno.pdf
Cairo, A., "The Functional Art", 2013